PTEN

Focal point 2, 2017, impressão a jacto de tinta, papel archival fine art baryta, 120×80 cm Ed 1_3+2

Na obra de Mauro Pinto (Maputo, 1974) somos chamados a um encontro com o espaço social e com as condições de vida, e existenciais, de uma sociedade que se encontra em permanente interrogação. Enquanto artista que trabalha a imagem fotográfica, o seu posicionamento político situa-se numa perspectiva que se inscreve numa abordagem antropológica de uma das muitas formas como poderemos observar a humanidade. Esse olhar a que somos sujeitos, e que nomeio como uma observação, deriva de uma contextualização social e cultural que na obra de Mauro Pinto tem como objecto central a presença humana, mesmo quando esta não é visível de forma imediata. Por vezes, são inscrições sobre paredes de habitações pobres, como numa das suas fotografias a preto e branco intitulada “Voz”, de 2005, ou mais recentemente na série “C’est pas facile”, de 2018, recentemente exposta em Portugal, e que representa vestes, ou máscaras, do Burkina Faso. São imagens de grande beleza cromática, que podem ser confundidas por um observador menos atento e informado com fotografias de esculturas tradicionais colocadas no espaço comum de uma localidade africana, terrosa e de atmosfera quente. Contudo, uma observação mais demorada e atenta virá a revelar a carne humana, nos pés descalços que rompem a densa folhagem das vestes tradicionais.

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